As mulheres grávidas que bebam duas ou mais taças de café por dia correm o dobro do risco de virem a sofrer um aborto, conclui um estudo norte-americano hoje divulgado pela Reuters. Os cientistas dizem que o estudo fornece provas evidentes de que doses elevadas de cafeína (cerca de 200 miligramas) aumenta este risco, pondo um ponto final a relatórios contraditórios sobre a ligação entre o consumo de cafeína e o aborto espontâneo.
«As mulhers que estão grávidas ou pretendem ficar deveriam parar de beber café durante três meses ou durante toda a gravidez», disse à Reuters De-Kun Li, da Duvisão de Pesquisa do Kaiser Permanente, cujo estudo é divulgado no Jornal Americano de Ginecologia e Obstetrícia. «Têm existindo muitas incertezas acerca disto. Não existia uma posição firme das sociedades profissionais sobre o que as mulheres deveriam fazer acerca da ingestão de cafeína».
Li refere que mais de uma dezena de estudos encontraram ligações entre a ingestão de cafeína e aborto. Contudo, essa associação tem sido camuflada pelo facto de muitas mulheres evitarem o café durante a gravidez por ficarem enjoadas, o que poderá ter distorcido os resultados. O estudo de Li já teve em conta esse facto.
A equipa analisou 1063 mulheres grávidas que nunca mudaram os hábitos de ingestão de cafeína durante a gravidez. Os investigadores descobriram então que as mulheres que consomem duas ou mais taças de café por dia, ou o equivalente de outras bebidas em termos de cafeína, correm duas vezes mais risco de abortarem do que aquelas que não ingerem cafeína. O risco está associado à cafeína e não a outro qualquer componente do café, uma vez que o mesmo efeito foi verificado com o consumo de chá, refrigerantes e chocolate quente, refere o estudo.
Os investigadores acreditam que a cafeína é prejudicial, porque "stressa" o metabolismo ainda imaturo do feto. Também pode diminuir a circulação sanguínea na placenta, o que também pode prejudicar o feto. «Para mim, a dose segura é zero. Se a mulher tem mesmo de beber café, então deverá limitar a ingestão a uma taça ou então mudar para bebidas descafeínadas», conclui Li.
Fonte: Sapo / NBRSolutions
21/01/2008